Assim como na estréia na Eurocopa, a Grécia venceu e consagrou a surpresa no futebol mundial. A "zebra" de azul e branco, que superou Portugal na primeira rodada, repetiu o feito na decisão e, de forma inédita, conquistou neste domingo o título da competição. O placar da final não poderia ser mais apertado: 1 a 0, gol de cabeça de Charisteas.
O título é mais uma conquista de um time excluído do rol de favoritos. Exemplos disso não faltam na atual temporada 2003-2004. Foi assim com o Porto na Liga dos Campeões, o Werder Bremen no Campeonato Alemão, o Zaragoza na Copa do Rei da Espanha, o São Caetano no Campeonato Paulista, o Santo André na Copa do Brasil, o Once Caldas na Copa Libertadores da América e, agora, a Grécia na Eurocopa.
Em sua campanha, a Grécia foi eliminando favoritos. Na primeira fase, além de vencer Portugal por 2 a 1 na estréia, empatou com a Espanha e foi superada pela Rússia, mas garantiu a segunda posição de sua chave.
Nas quartas-de-final, desbancou a atual campeã França. Na semi, derrotou a até então invicta República Tcheca, e culminou com a vitória na final sobre os portugueses. Curiosamente, na fase final, venceu todos os jogos por 1 a 0. E todos com gols de cabeça.
A vitória da Grécia consagra, além dos times "pequenos", o técnico alemão Otto Rehhagel. Ele desbancou Luiz Felipe Scolari e se tornou o primeiro "estrangeiro" a ficar com o título continental.
A Grande Final
A partida foi marcada pelo eqüilíbrio, com raras chances de gols para as duas seleções. A primeira chance saiu aos 13min, quando Miguel avançou com liberdade pela direita e bateu cruzado, rasteiro. O goleiro Nikopolidis tocou com a mão direita na bola e evitou o gol.
O troco grego veio três minutos depois. O ataque costurou bela trama, com troca de passes de pé em pé, até a bola chegar em Haristeas, já dentro da área. O atacante chegou atrasado na dividida e o goleiro Ricardo conseguiu a defesa.
Aos 24min, os comandados de Scolari chegaram perto do primeiro gol. Após rebote de escanteio, Maniche dominou na entrada da área e bateu com violência. A bola saiu pela linha de fundo, à direita.
No final do primeiro tempo, Portugal perdeu o lateral-direito Miguel, que levou uma pancada na costela e foi substituído por Paulo Ferreira, jogador que começou a Euro contra a Grécia como titular e deixou a equipe depois da derrota na estréia.
O panorama da partida não mudou na segunda etapa. Mas, logo aos 11min, a Grécia chegou ao gol do título. Depois de cobrança de escanteio da direita, Charisteas se antecipou a Costinha e, de cabeça, consagrou a "zebra" grega.
Em desvantagem, Scolari colocou Rui Costa e Nuno Gomes, nas vagas de Costinha e Pauleta, respectivamente. Portugal se lançou ao ataque e passou o restante do tempo no campo grego, mas não conseguiu marcar.
A pressão aumentou ainda mais nos instantes finais. Na melhor oportunidade, Figo fez bela jogada dentro da área, girou em cima dos marcadores e chutou colocado, no canto direito. A bola desviou na zaga grega e saiu pela linha de fundo. Festa grega no estádio da Luz.
Otto Rehhagel,que depois da competição passou a se chamar King Otto pelos gregos
PORTUGAL
Ricardo; Miguel (Paulo Ferreira), Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Nuno Valente; Costinha (Rui Costa), Maniche, Deco e Figo; Cristiano Ronaldo e Pauleta (Nuno Gomes)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
GRÉCIA
Nikopolidis; Seitaridis, Kapsis, Dellas e Fyssas; Basinas, Giannakopoulos (Venetidis), Katsouranis e Zagorakis; Vryzas (Papadopoulos) e Haristeas
Técnico: Otto Rehhagel
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