Fernando Santos ironiza críticas: “Se tivesse Neymar, time jogaria melhor”

Nem mesmo a heroica classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo, fato inédito na história da Grécia, é capaz de isentar o técnico Fernando Santos das críticas. A estratégia de manter o padrão defensivo intacto contra a Costa do Marfim, mesmo em uma partida em que o triunfo era imprenscindível, gerou questionamentos ao português. A vitória por 2 a 1 sobre os marfinenses veio apenas no último minuto, com direito a altos graus de dramaticidade. Mas foi o suficiente para mudar o humor de Fernando Santos, que normalmente mantém o seu estilo turrão. A falta de ímpeto ofensivo foi explicada em tom bem-humorado.

– Se eu tivesse Neymar e Messi no meu time, certamente ele jogaria melhor. Mas não posso exigir dos meus jogadores algo que foge das caracteríticas deles. Não se muda do 8 para o 800 do dia para a noite. Sabíamos que seria um confronto difícil, mas nos encaixaríamos bem com o jogo que o adversário tem – frisou o treinador.

Cheio de analogias, o treinador também citou que coisas que não são as melhores também podem ter o seu valor. E fez a comparação da música erudita com o samba, sem deixar de ressaltar a importância de cada uma para provar que a sua equipe pode fazer um grande papel, independentemente da qualidade discutível que possa ter.

– Se não tocar Bach, Mozart ou Beethoven, não significa que não vai haver festa. Faz-se um samba. Toca-se um tambor. Até um forró. Mas a festa tem que acontecer. É o nosso caso. Mesmo com limitações, somos capazes de realizar um bom espetáculo. E foi maravilhoso dar essa alegria ao povo  grego – exemplificou o treinador.

Fernando Santos se considera um cara extremamente positivo e faz questão de deixar de lado algo que não agregue coisas boas. Devido a isso, ele foi perguntado sobre as vantagens que se tem de enfrentar a Costa Rica na próxima fase, uma vez que a equipe centro-americana estava em grupo com três campeãs mundias, o que poderia tornar o caminho grego mais árduo.

Comedido e com os pés no chão, o português preferiu adotar discurso humilde e tratou de elevar o próximo adversário a um patamar mais alto possível.

– Se a Costa Rica era dada como morta no tal Grupo da Morte e conseguiu sobreviver, ainda sendo a primeira colocada, é porque se trata de uma equipe de muito valor. Mas também temos as nossas capacidades e condições de impor o nosso jogo. É um confronto sem favorito – completou