segunda-feira, 30 de junho de 2014

Grécia eliminada nos pênaltis

O maior mérito da Costa Rica foi exatamente a maior qualidade da Grécia: saber resistir. Mesmo com um homem a menos durante toda a prorrogação e boa parte do segundo tempo. O time de Bryan Ruiz, Joel Campbell, Bolaños e do novo herói nacional, Navas, está na história do país. Independentemente do que aconteça contra a Holanda. Com a vitória dramática sobre a Grécia, nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, os Ticos superaram a campanha de 1990, na Itália, e garantiram a inédita classificação às quartas de final. Brilhou Navas. O goleiro defendeu a cobrança de Gekas, quarta dos gregos, além de ter tido uma grande atuação. O zagueiro Umaña selou a vitória por 5 a 3. Uma vitória que havia escapado aos 45 minutos do segundo tempo, quando Sokratis achou o gol grego já nos acréscimos; Ruiz abriu o placar.

A comemoração após a cobrança de Umaña foi digna de título. Mais uma. Na mesma Arena Pernambuco, a Costa Rica voltou a surpreender o mundo ao bater a Itália e se classificar por antecipação no grupo da morte. O triunfo sobre o Uruguai na estreia, outro feito surpreendente, foi também um momento com cara de conquista. Pode ser até injusto dizer. Mas a Costa Rica já ganhou sua Copa do Mundo. No próximo sábado, na Arena Fonte Nova, em Salvador, tentará o milagre diante dos holandeses.

Resta à Grécia também comemorar a sua melhor participação em Mundiais. Pela primeira vez, a equipe helênica passou para as oitavas de final e, não fosse o brilho de Navas, poderia ter ido ainda mais longe. Em 1994 e 2010, os gregos não passaram da primeira fase.

Muralha grega leva vantagem, e placar fica zerado

O ritmo cadenciado do primeiro tempo favoreceu mais a Grécia. Apesar do equilíbrio denunciado pelo placar em branco, o time europeu soube se defender e, surpreendentemente, atacar melhor que a Costa Rica. Aos 36 minutos, Salpingidis desperdiçou a única grande oportunidade da primeira etapa. Navas desviou o chute cruzado do atacante dentro da área, após cruzamento de Holebas . Arrancou suspiros do público. Um momento raro em toda a primeira etapa.
A Grécia cumpriu a cartilha. Bem postada na defesa, organizada no meio. Na medida do possível, perigosa nos contra-ataques. Único homem à frente da linha da bola, Samaras mostrou qualidade. O atacante do Celtic soube bem o que fazer com a bola, mesmo quando não tinha chance de finalizar.

Esperava-se mais da Costa Rica. Sobretudo do setor ofensivo, da dupla Bryan Ruiz e Joel Campbell. Um chute perigoso de Bolaños, fruto de uma boa trama no ataque, foi o único momento de inspiração. O ritmo do primeiro tempo acabou frustrando a torcida, que não economizou nas vaias na descida para o intervalo.





Costa Rica na frente, expulsão e, de novo, gol grego dramático

Talvez a reclamação do público tenha surtido efeito. Talvez tenha sido só mais uma ironia do futebol. O ferrolho grego, a muralha, apenas assistiu Bolaños rolar a bola para Bryan Ruiz na entrada da área. Desmarcado, o atacante do PSV emendou o chute no cantinho do goleiro Karneziz, imóvel. Pareceu um gol em câmera lenta. O segundo de Ruiz na Copa. O segundo na Arena Pernambuco - o primeiro derrubou os italianos.

Desvantagem assimilada, o técnico Fernando Santos resolveu mexer na Grécia. Saiu o volante Samaris para a entrada do atacante Mitroglou. Àquela altura, buscar o ataque era a única alternativa. Ainda mais depois que o zagueiro Duarte foi expulso. Ele já tinha amarelo e deu uma entrada dura em Holebas  aos 20 minutos.
Com um homem a mais, a Grécia se lançou de vez à frente. Martelou até o fim. Seguiu fiel ao princípio de nunca desistir. Acreditar sempre. Até o último segundo. Como em um flash-back, o time helênico repetiu a façanha vista na última rodada da fase de grupos. O gol de empate saiu já nos acréscimos. Assim como o gol da classificação no Grupo C, contra a Costa do Marfim.

Daquela vez, Samaras. Desta vez, Sokratis. Foi o zagueiro que aproveitou o rebote do goleiro Navas, após a finalização de Gekas. Mais um gol com espírito grego. Antes da prorrogação, Navas ainda precisou fazer uma grande defesa numa cabeçada de Mitroglou.

Grécia pressiona, e Navas segura empate na prorrogação
O primeiro tempo da prorrogação correu sem maiores emoções. A vantagem numérica conduzia a Grécia de maneira mais incisiva ao ataque, mas as chances não apareciam. Um ou outro lance exigiu dos goleiros. No de maior perigo, Navas evitou um gol contra de Umaña logo no primeiro minuto.

Os costarriquenhos tentavam se multiplicar para amenizar a perda de Duarte. Os gregos se sentiam na obrigação de aproveitar a vantagem, antes dos pênaltis. Aos 7 minutos, um contra-ataque da Grécia abriu a porta da vitória. Cinco contra dois. Era a chance. Torodisis recebeu na área e chutou cruzado. Navas espalmou.

Nos acréscimos, Mitroglou teve a classificação nos pés. Perdeu o gol dentro da área. Fez-se a vontade da torcida brasileira - maioria absoluta no estádio -  que comemorou o apito final como um gol. Para ter o prazer de ver os pênaltis.

Navas volta a ser decisivo nos pênaltis

Nas cobranças, competência. Pelo lado costarriquenho, Celso Borges, Bryan Ruiz, Giancarlo González e Campbell trataram de deixar o time centro-americano sempre em vantagem. Nas três primeiras cobranças gregas, Mitroglou, Christodoulopoulos e Holebas mantiveram a igualdade. No quarto pênalti para os europeus, Gekas bateu e Navas voou para pegar. Bastou ao zagueiro Umaña, um dos destaques dos Ticos no Mundial, confirmar a sua cobrança para dar início à festa. A zebra soube deixar de ser zebra. A Costa Rica, mesmo pressionada, voltou a vencer quando já não era mais franco atiradora. Agora, tem a Holanda pelo caminho. Outra vez sem pressão.

Videos com os gols

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